Enquanto a inteligência artificial se aprimora, sua influência na criação de textos coerentes tem se expandido em diversas áreas, com resultados variados. Recentemente, uma experiência ousada surgiu quando um desenvolvedor decidiu explorar as capacidades do ChatGPT para concluir a icônica série de livros de George R.R. Martin, “A Song of Ice and Fire” (Crônicas de Gelo e Fogo), que serviu de base para a famosa série “Game of Thrones” (Guerra dos Tronos).
O desenvolvedor independente Liam Swayne tornou público seu projeto inovador, no qual utilizou o ChatGPT para escrever os dois aguardados volumes finais da série épica: “The Winds of Winter” (Os Ventos do Inverno) e “A Dream of Spring” (Um Sonho de Primavera). Em entrevista ao IGN, Swayne explicou o processo em que guiou o ChatGPT para criar os livros por meio de uma série de enunciados. Primeiramente, foi fornecido um enunciado único para que o ChatGPT gerasse um esboço do primeiro capítulo de “Os Ventos do Inverno”. Esse processo foi repetido diversas vezes, resultando em 45 capítulos no total. Em seguida, esses esboços foram reutilizados como enunciados para obter esboços ainda mais detalhados dos mesmos capítulos. Por fim, esses esboços ampliados foram usados como enunciados para o ChatGPT escrever os próprios capítulos, transformando cada ponto do esboço em uma cena singular.
Os resultados apresentados pelo ChatGPT foram impressionantes em relação à continuidade dos personagens, mesmo em meio a uma trama complexa como a de “Game of Thrones”. A IA demonstrou habilidade em lembrar e reintroduzir personagens conforme necessário, mesmo quando desapareciam por extensos trechos da história.
Contudo, fica claro que o ChatGPT ainda não pode substituir Martin de maneira imediata. Embora tenha sido solicitado que a IA incluísse mortes de personagens na história, ela falhou em criar óbitos impactantes de personagens importantes nos dois romances completos. Em contrapartida, a IA se saiu melhor ao criar reviravoltas gerais na trama, adicionando momentos de surpresa e tensão.
Liam Swayne extraiu conclusões encorajadoras deste projeto envolvendo IA e textos longos, sem abalar a confiança dos escritores e amantes da literatura tradicional. Ele salienta que grandes modelos de linguagem, como o ChatGPT, podem ser valiosos para corrigir falhas na trama rapidamente, auxiliando os escritores em suas criações complexas. Porém, a IA está limitada a replicar o que já foi feito anteriormente, tornando-se um desafio para criar histórias verdadeiramente inéditas, o que é a essência do estilo de George RR Martin.
Assim, enquanto o ChatGPT pode fornecer algo para os fãs de “Game of Thrones” enquanto aguardam pacientemente o lançamento dos livros restantes por Martin, fica evidente que as façanhas da inteligência artificial ainda não superam a originalidade e criatividade do autor. Entretanto, a IA mostra-se como uma ferramenta promissora para escritores que desejam explorar suas próprias tramas intricadas e cativantes.
E o que vocês acham disso?
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